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1996

Paulo Henrique De Agora em Diante
Teresa Prima e João Galante Castanho é a Cor de a Alma do meu Verdadeiro Amor

1997
Margarida Bettencourt Molly. Composição para corpo algures no espaço em tempo incerto.
Sílvia Real Casio Tone
António Tavares Sobretudo
Francisco Camacho Gust. The Making Of. Vídeo documentário [ver edições - videos]

1998
Luciana Fina Crash Landing @ Lisboa. Vídeo filme [ver edições - videos]

1999
Teresa Prima Eva
Raiz di Polon Pêtu
António Tavares Danças de Câncer
Carlota Lagido e João Galante Dis Nasti Dog
Tiago Pereira Dar nome ao indizível? Vídeo documentário

2000

Raiz di Polon CV Matrix 25
António Tavares Sobretudo (nova versão 2000)


2001
Companhia Nacional de Canto e Dança, Maputo
Raiz di Polon Konquista
Francisco Camacho My name is Wilde. Oscar Wilde

2002
Arco Renz, George Khumalo, Thomas Hauert, Riina Saastamoinen, Isabelle Dekeyser

Alma txina
Raiz di Polon Duas sem três

Vera Mantero Vera Mantero & Convidados
Teresa Prima e João Galante
Nova Babylónia. À procura da verdade
Tânia Carvalho Um privilégio caraterístico
Sónia Baptista Haikus
Rafael Alvarez Match Nulo
Paulo Henrique Around One (Ventos de outras bandas)
Miguel Pereira data, local, hora

2003
Raiz di Polon Ruínas versus Humano

 


SOBRE AS PEÇAS

Luciana Fina
Crash Landing @ Lisboa it's about time...
Crash Landing é um projecto de improvisação, que provoca acontecimentos espontâneos, acidentes planeados e acções improvisadas. É uma iniciativa em desenvolvimento, concebida por Meg Stuart, Christine de Smedt e David Hernandez e surgiu de um desejo de reconsiderar as percepções e experiências da improvisação como espectáculo. Crash Landing é um forum para artistas diversos, incluindo coreógrafos, bailarinos, actores, encenadores, artistas plásticos, desenhadores, músicos e escritores, para trocar ideias e improvisar em conjunto.
Já aconteceram quatro Crash Landings até agora: Klapstuk - Lovaina (1996), Tanzwochen Viena (1997), Théâtre de la Ville - Paris (1997), DANÇAS NA CIDADE - Lisboa (1998) e Moscovo (2000).
Crash Landing @ Lisboa De 25 de Março a 5 de Abril um grupo de 19 artistas e 'performers' juntaram-se no Teatro da Comuna para investigar e experimentar a improvisação, numa situação laboratorial. Este trabalho serviu de preparação para quatro espectáculos improvisados, de diferentes formatos, oscilando entre a dança, a música, o teatro, o vídeo e a instalação.
Os participantes: António Tavares [CV/P], Boris Charmatz [F], Carlos Gonçalves [P], Christine De Smedt [B], David Hernandez [USA/B], David Shea [USA], Edgar Pêra [P], Eric Sleichim [B], Hahn Rowe [USA], Hans Meijer [B], João Samões [P], Karin Arink [NL], La Ribot [E/GB], Lawrence Malstaf [B], Mark Deputter [B/P], Meg Stuart [USA/B], Mónica Lapa [P], Nuno Bizarro [P], Xavier Le Roy [F/D].

"it's about time..."
Desafiar as noções do tempo era o ponto de partida para o diálogo entre os participantes no Crash Landing @ Lisboa. O tempo na realidade diária e no trabalho artístico de cada um dos participantes. O tempo como um conceito que se está a transformar radicalmente. Mas também o tempo como uma condicionante vital do espectáculo: Qual a relação entre tempo e timing? Numa improvisação, como saber quando parar? Quando abandonar uma ideia, quando ficar com ela? É possível para os performers sincronizarem os seus tempos individuais, sem relógios ou marcações? É desejável controlar o tempo do público? Podemos esticar ou comprimir o tempo? A duração de um espectáculo influencia a experiência do tempo?
Durante o decorrer do Crash Landing @ Lisboa, foram apresentados quatro espectáculos improvisados, cada um com duração diferente: de 3 segundos a 8 horas.


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Raiz di Polon

Pêtu

coreografia de Mano Preto [Cabo Verde]
Em "Pêtu", o coreógrafo Mano Preto fala da cultura e da história de Cabo Verde, da "vivência, no tempo dos 'sobrados', entre o preto, o mulato e o branco, a luta pela sobrevivência, o sonho com a chuva", inspirando-se na rica tradição das danças, músicas e festas populares das ilhas cabo-verdianas: Batuko, Morna, Colá S. Jon, Funaná, os choros e rezas, a festa de Kanizadi...
Tudo isto está presente na dança e na música, composta por Orlando Pantera, e interpretada ao vivo por Mário Lúcio Sousa.



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Raiz di Polon
CV Matrix 25
coreografia de Mano Preto [Cabo Verde]
"CV Matrix 25" é a saga de um povo, a história do crioulo que gosta da sua terra sabi mas que a seca obriga a deixar de ser agricultor, a emigrar, e ser, então, pedreiro", diz Mano Preto. "Por outro lado, é também a minha modesta homenagem a alguns instrumentos de trabalho - o trapiche, o pilon, o garrafão - que tanta alegria e tristeza tem proporcionado ao cabo-verdiano" Mano Preto.
O espectáculo não recorre apenas a histórias do povo cabo-verdiano, mas também às suas músicas lindíssimas. Ao som da música de Orlando Pantera, os bailarinos - acompanhados por Mário Lúcio, tocam instrumentos tradicionais como o pilon, o pau de colêxa, o tambor, o ferrinho, os búzios, o shelafon, a guitarra, o cavaquinho.



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António Tavares

Sobretudo

Dois homens encontram-se e
contam histórias com o corpo
Um ao outro
São histórias sobre tudo
Histórias que o tempo não apagou
Memórias do corpo
Que os agasalham
Histórias com os pés na água
Histórias de mergulhos e vindas à superfície
Histórias do arco da velha
Sobretudo
"Aliando a contemporaneidade a experiências de identidade e diferença e abrindo dialéctica da hibridez na dança portuguesa, António Tavares está a descentrar a arte, a facilitar a opção multicultural e a contar-nos histórias sobretudo."
Ana Marques Gastão, Diário de Notícias , 28.11.97


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Companhia Nacional de Canto e Dança
Maputo
coreografias de Augusto Cuvilas [Moçambique] e Francisco Camacho [Portugal]
A Companhia Nacional de Canto e Dança (CNCD) é a única companhia profissional em Moçambique. Nos últimos anos, o director da companhia, David Abílio, tem investido na 'modernização' da companhia, convidando professores estrangeiros (entre outros da Alvin Ailey Dance Company, Urban Bush Women e Dance Factory Johannesburg), enviando bailarinos para assistirem a cursos internacionais (Afrique en Création - Senegal, American Dance Festival - EUA, os Encontros "Dançar o que é Nosso" - Portugal), e dando ao coreógrafo Augusto Cuvilas uma bolsa de estudos em dança de 3 anos na Universidade de Paris VIII.
Para "Maputo", Augusto Cuvilas, coreógrafo residente da companhia, criou duas obras de autor. O coreógrafo português Francisco Camacho foi convidado para criar uma terceira coreografia. O resultado é um espectáculo original, que combina uma grande capacidade técnica com momentos de grande beleza.
"Há momentos - muitos - de amores e desamores, momentos de encantos mas sem desencantos. Não é um trabalho para se perceber. É um poema dançado e o importante na poesia não é compreender mas sentir, deixar que ela nos leve por uma viagem ao limite que é desconhecido. Aqui, encontramos o significado da globalização, não nos sentimos globalizados. Com este trabalho, pelo menos entramos para esse processo também como autores/actores e não como simples consumidores."
Policarpo Cristóvão, Jornal Campeão (Moçambique), 18.06.01


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Francisco Camacho
My name is Wilde. Oscar Wilde

"O projecto parte, uma vez mais, da reunião de duas figuras. A acção centra-se em Oscar Wilde, James Bond e respectivos círculos sociais. Do lado de Wilde temos Lord Alfred Douglas (Bosie) e dois "Wilde Boys". Do lado de Bond temos um Vilão e duas "Bond Girls". O palco está dividido ao meio em zonas simétricas ligadas por um mordomo/mestre-de-cerimónias.
Ambas as figuras são modelos de encenação e codificação de protocolos de comportamento masculino. São estereótipos que numa primeira análise se opõem de modo simétrico. Wilde tem conotações de ambiguidade de género, subtileza de gestos e decadentismo moral. Bond tem conotações de exacerbamento da masculinidade, eficácia performativa e heroísmo moral. Mas uma análise mais sofisticada permite especular sobre a possibilidade de coincidências entre as duas figuras e de inversão das conotações.
Neste trabalho, Wilde e Bond são despertados do seu sono de estereótipos e regressam como fantasmas que se confrontam com uma situação em que não sabem se são carne, robots ou manequins, pessoas ou personagens, realidade ou imaginação. São estereótipos desprogramados por uma encenação libertina que lhes abre as portas para novos encontros num mundo em que todas as ficções são possíveis." Alexandre Melo

Co-produção: Danças na Cidade, Eira, Porto 2001
Estreia Teatro Rivoli, no âmbito do Porto 2001, Novembro 2001
Próximas apresentações no festival Danças na Cidade 2002



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Arco Renz [Alemanha],
George Khumalo
[África do Sul],
Thomas Hauert [Suíça/Bélgica],
Riina Saastamoinen
[Finlândia],
Isabelle Dekeyser [Bélgica]

Alma txina
Entre Abril e Junho de 2002, teve lugar em Maputo um projecto internacional de dança, resultado da colaboração entre o centro de artes moçambicano CulturArte, a organização portuguesa Danças na Cidade, a escola profissional belga P.A.R.T.S. e a organização governamental belga Africalia. O projecto incluiu um elemento importante de formação para a comunidade de dança de Maputo e a criação de cinco coreografias (apresentados num programa único), com um grupo seleccionado de 15 bailarinos.
Cinco coreógrafos / ex-estudantes ou professores de P.A.R.T.S. colaboraram neste projecto, residiram e trabalharam durante dois meses na capital de Moçambique: Thomas Hauert [Suíça/Bélgica], Isabelle Dekeyser [Bélgica], Arco Renz [Alemanha], Riina Saastamoinen (Finlândia) e George Khumalo [África do Sul]. Começaram com um workshop de duas semanas para toda a comunidade de dança, continuando depois com a criação de uma coreografia curta, envolvendo dois ou três participantes de cada um dos workshops.
O resultado foi um novo espectáculo, com cinco coreografias, interpretadas por 15 bailarinos moçambicanos e acompanhadas de música ao vivo.

Produção: CulturArte [Moçambique] e Danças na Cidade [Portugal]
Co-produção: Départs [Bélgica] e Africalia [Bélgica]




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Raiz di Polon [Cabo Verde]
Duas
sem três
coreografia: Bety Fernandes e Rosy Timas
A mulher tem um lugar especial na cultura cabo-verdiana. Num país de emigrantes, são as mulheres que mantém as tradições e asseguram a sobrevivência e a continuação. O batuque é um exemplo impressionante da força da contribuição da mulher africana à cultura do seu continente. Deste contexto surgiu a ideia de transformar o imaginário feminino num dueto feito pelas bailarinas da companhia Raiz di Polon. O canto e a utilização do corpo como instrumento musical são também constantes na cultura cabo-verdiana, permitindo o desmultiplicar da linguagem corporal, dos ritmos e sonoridades.
Inspiradas no texto "Duas sem três", de Mário Lúcio Sousa, as bailarinas criam o seu próprio universo em palco. Durante o processo de criação a coreógrafa portuguesa Margarida Mestre orientou o trabalho desenvolvido à volta da relação corpo-voz.
Em cena, baldes, vassouras e galhos, trabalhados com iluminação rica. De uma que fala sobre musas, cujos nomes "ninguém nunca lembrou", a dança avança até a grande cena de duas intérpretes - criadoras (Bety Fernandes e Rosy Timas) enrolando-se num gigantesco véu e repetindo interminavelmente "comigo não casaram". Dureza e pureza.” Folha de S. Paulo (on-line) 26/08/2003

Produção: Raiz di Polon (Cabo Verde) e Danças na Cidade (Portugal)


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Vera Mantero
Vera Mantero & Convidados

"eu persigo uma coisa de facto, uma coisa específica. infelizmente é coisa tão imbricada que às vezes a perco de vista.
posso pelo menos dizer, no entanto, que tenho uma sensibilidade que muitas vezes funciona à minha revelia; dir-se-ia que se distingue por uma noção nítida do trágico, ou do nada, ou da urgência, ou da sensação intensa, da necessidade intensa. também vislumbro essa tal coisa quando oiço, por exemplo, o que se passa no canto e na poesia e na arte do Caetano Veloso; oiço ali algo que está muito perto do trágico e da generosidade, da dor e do amor, da morte e da possibilidade. sinto-me perto dele e da maneira como ele sente: fisicamente, ritmicamente, poeticamente, tragicamente, felicidamente.
aquela vontade de felicidade, aquela compreensão da felicidade.
tudo isto tudo junto. compreensão da visão. vi a ministra francesa da cultura falar na televisão sobre a grande cultura cinematográfica de alguns novos cineastas franceses... passou-me pela cabeça esta ideia de uma grande cultura artística do espectáculo e isso fez-me bem. especialmente perspectivada no sentido de sensibilidade que eu persigo, ou que me persegue. é uma cultura de vida, obviamente e como sempre." Vera Mantero

Produção: O Rumo do Fumo
Co-produção: Danças na Cidade,
Lugar Comum (Portugal),
Montpellier Danse 2002 (França)
Estreia no festival Danças na Cidade 2002
Apresentações em Julho no festival Montpellier Danse 2002


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Teresa Prima e João Galante
Nova Babylónia. À procura da verdade
"Nova Babylónia. À procura da verdade" é um projecto site-specific. A estreia em Junho de 2002 no Festival Danças na Cidade conta com a participação de 5 intérpretes, sendo um deles uma criança. Para o desenvolvimento do projecto, parece-nos absolutamente necessário o afastamento de casa e respectivos lugares comuns, inserir intérpretes e colaboradores numa situação de "permanente" viagem, como forma de pesquisa e recolha de material com ênfase na observação de pessoas em situações de passagem/deslocamento (terminais de aeroporto, estações ferroviárias). Uma tentativa de projectar o corpo até ao limite máximo de visibilidade e invisibilidade.
No presente projecto propomo-nos "pensar" o corpo a partir das seguintes perspectivas: relação do corpo com o visível e o invisível / corpo no limite da "cegueira" / corpo intemporal / procurar a alma do corpo / um corpo à procura de esperança / e quando o corpo viaja? E quando um corpo já não viaja? / e quando o corpo tenta escapar para outro mundo?
O corpo como uma verdadeira super-máquina, capaz de estabelecer regras que o seu utente ou criador não consegue controlar. Teresa Prima
Produção: Danças na Cidade, APAP (Advanced Performing Arts Project)
Estreia no festival Danças na Cidade 2002


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Tânia Carvalho
Um privilégio caraterístico
A Amélia é uma personagem que existe no meu imaginário há já alguns anos. Começou por aparecer em mim nos tempos em que iniciei as minhas aulas de dança, aos cinco anos de idade, e que sonhava em casa com grandes bailados em lindos vestidos, para enormes públicos.
Assim como eu, essa personagem foi crescendo, amadurecendo e os seus sonhos também. Anos mais tarde comecei a desenhá-la e a criar histórias paralelas com ela, que não tinham nada que ver com a minha, mas com a minha capacidade de observar o mundo e a sociedade da qual faço parte. No entanto não deixo de me sentir como ela (ou como a imagino) sempre que a invento. E é assim que essa personagem existe, na minha mais íntima imaginação.
Esta personagem vai ser então o ponto de partida para a minha nova peça. Esta vontade já me ocorreu mais vezes, mas como que à espera de um melhor momento, essa ideia foi sendo posta de lado. Parece-me agora que esse momento chegou, também porque essa vontade de trabalhar sobre a Amélia se junta a uma vontade enorme de fazer o meu primeiro "grande" solo, de mim para mim. Um solo dirigido por mim e dançado por mim.
Quero que o público se identifique com esta personagem. Quero que as pessoas encontrem a Amélia que há dentro delas. Para que isso aconteça o espectáculo irá passar por várias etapas que passam por histórias que tenho criado com ela nesta minha observação à sociedade. Procuro, através da simplicidade da personagem, uma fácil assimilação do público à peça e à personagem em cena, pois desta forma poderá sentir-se como ela e descobrir todas as suas complexidades. Tânia Carvalho

Co-produção: Danças na Cidade, Bomba Suicida
Produção executiva: Bomba Suicida
Estreia no festival Danças na Cidade 2002


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Sónia Baptista
Haikus
Os haikus escrevem-se em japonês com poucas palavras, uma simplicidade aparente carregada de sentido como tantas coisas pequenas cujo significado transcende a sua pequenês. os meus haikus respiram e constroem-se com uma resistência à prova de quase tudo. os meus haikus são balões blindados. os meus haikus são teimosos, tomam-me a cabeça de assalto e depois não há maneira de os fazer arredar pé. os meus haikus são histórias daquilo que é mesmo importante, do que me oxigena o cérebro e acaricia o coração. atrás de um haiku vem sempre mais um haiku e o meu corpo vai-se desdobrando como um enorme lençol dizendo coisas sem as dizer.
Sónia Baptista
Produção: Danças na Cidade, Bomba Suicida
Produção executiva: Bomba Suicida
Estreia no festival Danças na Cidade 2002

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Rafael Alvarez
Match Nulo

"Match Nulo" pretende reflectir e explorar acerca os efeitos do tempo sobre um indivíduo, sobre um espaço, e sobre a relação entre ambos. Pretende-se igualmente desenvolver um paralelismo entre um combate de boxe e a sua lógica de acção e tempo próprios, em analogia com a existência de um organismo e a realidade vivencial desse mesmo organismo. Desta circunstância dialéctica de acção-reacção, ilustrada por um combate, instaura-se num espaço de tempo a interacção entre dois sistemas: o corpo e a sua imagem, e a relação de simbiose e dependência que o tempo impõe à existência física.
Dois dos intérpretes que integram a coreografia constituem de forma metafórica duas marcas deixadas num mesmo corpo num determinado espaço e tempo. Estes dois corpos que lutam consigo próprios e com a sua imagem são a marca e o reflexo da passagem do tempo e da transformação do corpo. No espaço de combate, no ring, um corpo e o seu duplo lutam contra o seu próprio reflexo, determinados pela passagem e pela marca do tempo, personificada simbolicamente na figura do árbitro. Este terceiro corpo funciona como mediador, catalizador e controlador da existência e movimento do corpo no espaço, corporizando o conceito de tempo.
Este projecto engloba ainda outras actividade paralelas de igual relevância face ao processo criativo e que terão um papel determinante em todo o desenvolvimento do projecto. Deste modo pretendem-se realizar 2 workshops com vista à exploração das temáticas a desenvolver e à sensibilização e abertura dos processos e linguagens da dança contemporânea a uma faixa etária da população que está distanciada por motivos sociais, culturais ou estéticos do fenómeno da dança e das manifestações artísticas contemporâneas. Rafael Alvarez

Produção: Danças na Cidade, O Rumo do Fumo
Produção executiva: O Rumo do Fumo
Estreia no festival Danças na Cidade 2002


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Paulo Henrique
Around One (Ventos de outras bandas)
Realizar um projecto onde a vontade de encontrar um novo horizonte criativo surge a par da sensibilidade individual tornada colectiva; um projecto de orquestração de encontros com movimentos, sons e imagens provenientes de várias partes de Portugal.
Tendo em conta que os projectos anteriores que criei foram sempre assentes em conceitos específicos ligados ao corpo e à sua transformação (bem como a critérios de tempo/espaço), no presente projecto gostaria de poder trabalhar distanciado de conceitos concretos e deixar que eles se revelem no próprio processo: um lugar criativo bem distinto relaivamente ao meus projectos anteriores - Minimally Invasive, 1998 e Contact with the skin, 2000. Dois espaços concretos, um vertical, outro horizontal, vão ser os intermediários das sequenciações do corpo real/virtual. Outros espaços visuais e sonoros serão intersectados nestes espaços.
Paulo Henrique

Produção: Danças na Cidade, Forum Dança
Co-produção: Lugar Comum
Estreia no festival Danças na Cidade 2002



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Miguel Pereira
data, local, hora
Este projecto é um trabalho para quatro intérpretes e um colaborador plástico sobre o tema da invisibilidade.
É um trabalho que pretende explorar a fronteira entre o mundo aparente, de captação imediata - o mundo visível - e os subterrâneos da imagem e da aparente realidade que construímos e que nos rodeia - o chamado mundo invisível.
É uma reflexão sobre a actual situação económica, social, cultural, histórica e política, a partir do ponto de vista de todos os que procuramos e queremos um mundo diferente, mais justo e mais equilibrado.
É um trabalho contra a ganância e a felicidade ilusória que nos dá um mundo cada vez mais virado para o sucesso fugaz e imediato. É um trabalho sobre o efémero da matéria, sobre a eternidade da alma, sobre a força do nosso imaginário, sobre o poder demolidor da norma, da regra, do tabu e do preconceito, sobre a qualidade do tempo, sobre a busca interminável da felicidade, sobre a imanência, sobre o devir.
Miguel Pereira

Produção: Danças na Cidade, Centro Coreográfico de Montemor-o-Novo,
O Rumo do Fumo
Produção executiva: O Rumo do Fumo
Apresentação Maio 2002 no Teatro Curvo de Semedo, Montemor-o-Novo
Estreia no festival Danças na Cidade 2002


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Raiz di Polon
Ruínas versus Humano
Coreografia: Mano Preto [Cabo Verde]
Seguindo o caminho que tem vindo a percorrer, Raiz di Polon estreou em 2003 “Ruínas”, o novo projecto de Mano Preto, autor da maioria das anteriores criações de Raiz di Polon. Mano Preto fala da “ruína humana” e da procura do orgulho de ser cabo verdiano. “O que está a acontecer connosco Eu e Tu, Praia, Cabo Verde, Humanidade? Estão as nossas mentes, de facto, arruinadas? Estou à procura!” Mano Preto.
Pretendendo retratar a diversidade da cultura cabo-verdiana, a peça foi criada a partir de processos de pesquisa nas ilhas de S. Vicente e Sto. Antão, após o que o período de criação durou 3 meses em Cabo Verde, seguidos por uma residência artística em Lisboa, no mês de Agosto.
Co-Produção: Danças na Cidade, Raiz di Polon [Cabo Verde], Prins Claus Fund [Holanda]

foto: Raiz di Polon © Jorge Gonçalves