Aoaní Salvaterra e Joyce Souza

Aoaní Salvaterra e Joyce Souza estão em residência de criação no Espaço Alkantara nas primeiras semanas de agosto com o projeto Kabeça.

O crânio é um conjunto amontoado de ossos, onde fica o cérebro, órgão central do sistema nervoso relacionado a memória, inteligência e as emoções. Além do cérebro, outros órgãos ligados aos sentidos, inúmeros músculos, terminações nervosas, vasos sanguíneos, linfáticos, estão abrigados nesta região. No alto de nossas corpas estão os cabelos, a nuca e a face. Estrategicamente localizada sob o pescoço fica a cabeça.

Em Yorubá Orí significa cabeça. Mais do que uma parte fisiologicamente estruturada, o Orí é um orixá, um deus, uma divindade pessoal e intransferível. Orí irá acompanhar o indivíduo antes de seu nascimento até depois de sua morte.

A cabeça, o Orí, se depara com a imagem/fantasma cotidiana de corpos maquina acéfalos. Desmembrados de seus membros, os “cabeças”, suas repetidas afiadas guilhotinas e a ameaça constante à memória nos inquietam e nos levam à KABEÇA.

É a partir destas reflexões, e outras , que surge o projeto kabeça. Um mergulho imbuído do desejo de aquilombamento, de expansão e encontro.
O que tem na cabaça de duas mulheres negras em diáspora?
O que traz à cabeça duas mulheres negras em diáspora que se encontram?
Quem pode com um Orí sustentado?
Como não perder a cabeça?

Aoaní Salvaterra e Joyce Souza

Kabeça é um dos espetáculos selecionados na Open Call do programa Kilombo e será apresentado em novembro no São Luiz Teatro Municipal no âmbito do Alkantara Festival 2023

Ficha Artistica

Criação e performance Aoaní Salvaterra e Joyce Souza Cenário e figurinos Neusa Trovoada Luz Ariene Godoy Apoio Dori Nigro & Casa da Dança Almada