entre dentro e fora
entre claro e obscuro
entre transparente e sólido
entre privado e público
entre seguro e exposto
entre observar e ser observado
entre tu e eu

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O público entra, em pequenos grupos, num balneário onde é possível ouvir um som que não é concreto nem abstracto, vive num limiar. Esta vivência, no limiar, deve-se à origem do som em elementos quotidianos como a fala, um riacho, o vento, que através de diversas manipulações ganhou esta dimensão na qual é, nalgumas alturas, um som reconhecível e familiar e, noutras, irreconhecível.

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Em terminal vemos o corpo como um recipiente, através do qual sinais ou 'presenças' podem viajar e entram e saem do corpo. Os sinais passam pela carne, numa presença repleta de informação, onde apenas traços desses movimentos são perceptíveis. Nesta série de performances trabalhamos com alguns desses traços, os efeitos de presenças estranhas ao corpo.

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HOMEM TOCA A SUA TROMPETA
SEM SOM
MULHER BATE AS VASILHAS CONTRA
A ESCADA
HOMEM VOLTA A TOCAR
NADA
TOSSE ASFIXIA-SE
MULHER BATE AS VASILHAS
CONTRA A ESCADA CADA VEZ
COM MAIS FORÇA
HOMEM VOLTA A TENTAR
CAI NO CHÃO DE JOELHOS
ASFIXIA-SE
MULHER BATE
HOMEM AGONIZA COM AS ÚLTIMAS
NOTAS
MULHER BATE COM MAIS FORÇA
"acera derecha" - rodrigo garcía

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Este é um espectáculo baseado num imaginário inerente à libertação de convenções, tanto sociais como interiores - acções inúteis, espontâneas, cujo sentido está em serem, por si, só vitais e por isso verdadeiras. São acções que não precisam de justificações ou explicações e que assim se perderam da história, do tempo e da identidade.

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Eu e tu, tu e eu quer dizer interdependência. eu e tu, tu e eu, enquanto projecto de experiências-situações, vai incidir nessa evidência nem sempre evidente que se aplica a toda a vida, a todos os seres, a todos os fenómenos. Passamos a vida a utilizar o outro para fugirmos de nós mesmos. Para nos afastarmos da nossa essência e dos efeitos que resultam de estar em presença com o(s) outro(s), iludindo-nos ao sermos aquilo que julgamos ser não para nós mas para o(s) outro(s), mas será que o(s) outro(s) existe(m) fora de nós? Ou será que nós existimos separados do(s) outro(s)?

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No espaço simulado de um café, dois personagens, dois homens comuns, encontram-se. Aquelas personagens foram ao café conversar ou conversam porque estão num café?

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Através de soundcards que serão distribuídas, o visitante é convidado a explorar, durante 20 minutos, o terraço do Mercado do Chão do Loureiro. Escolhida de uma série de dez cartas diferentes (de música, identidade, indolência, movimento, etc.), a perspectiva oferecida pela soundcard cria um 'mapa de percepção', em vez de um guia visual, para apropriação ou controlo do espaço. Na medida em que cabe à/ao visitante decidir se quer ou não seguir as propostas apresentadas, o ritmo de Cartographics será completamente determinado pela experiência do público.

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e s p a ç o p a r a e r r o p o d e p r o d u z i r u m a c t o r
é uma peça de arte performativa para um actor e um fotógrafo. Esta performance trata de questões como: o que é que significa representar? Quando é que uma acção é propositada e quando é despropositada? Onde fica o limite entre actos como comportamento fingido e actos como realização de uma função? será um acto um estado de realização em oposição à potencialização? serão os actos feitos, ou prestes a serem feitos, de modo a produzir um efeito?

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A minha casa é o meu único refúgio.
Quantas vezes não corri já para ela com medo da rua, do trânsito, das velhinhas e das crianças e de um eu social que muitas vezes domina e aniquila o que realmente sou.
(..)
De que forma o privado é revelador do que realmente sou ?

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"O clima é de tal modo duro que é absolutamente necessário concentrar o esforço numa única coisa. A paciência. A resistência. O distanciamento. A 50º C de temperatura e com o vento de areia vê-se tudo mais claro, quer dizer, não se vê mais nada..."

Miquel Barceló

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