© Herman Sorgeloos

JÊROME BEL
[F]
The show must go on
dias 14 e 15,

sexta-feira
e sábado,

22H00,
Teatro da Trindade
duração: 1H30


Num cenário caracteristicamente minimalista, Bel coloca um DJ que passa músicas populares das últimas décadas: David Bowie, Mark Knopfler, West Side Story, Queen, Edith Piaf,... Um a um, cerca de vinte intérpretes entram em palco. Não são diferentes de cada um de nós, a música não é diferente daquela que ouvimos na rádio, em casa. Não há figurinos deslumbrantes, a acção não requer capacidades virtuosas e a maior parte do equipamento do teatro mantém-se fora de uso. Mas, mesmo assim, o espectáculo acontece porque Jérôme Bel entende que a performance não acontece no palco mas nas mentes dos espectadores. A beleza existe nos olhos do observador. Ele faz com que os nossos pensamentos dancem, engana jocosamente as nossas expectativas, permite as nossas surpresas e pasma-nos por ser capaz de fazer tanto com tão pouco.

VOLTAR


LÍLIA MESTRE
[P/B]
Try out Missing link
dias 15 e 16, sábado
e domingo, 20H00,
Teatro Taborda

duração: 45min

Missing Link é um solo baseado nas capacidades do SER enquanto ser humano, animal e espiritual. Estou interessada na vida do corpo 'primitivo' e no corpo virtual 'futuro' como duas percepções diferentes do humano presente. Missing Link pretende confrontar estes elementos com a auto-estrada de informação e com o poder da imagem, no sentido de pesquisar a sua influência no inconsciente colectivo.

Lília Mestre

VOLTAR


© Jean Gros-Abadie

MARTINE
PISANI
[F]
Sans
dias 15 e 16 ,
sábado e domingo,
22H00,
Teatro A Comuna
- Sala 1

duração: 50min

O palco está vazio, não há som, a luz é discreta, a performance chama-se sans (sem). Assim que os três bailarinos entram em palco parecem estar prontos para inventar a sua performance, sem mais demora, naquele mesmo lugar. Com a imperturbável seriedade das crianças, inventando o seu jogo à medida que avançam, eles andam, saltam, sentam-se, mantêm-se de pé, deitam-se. Se a dança é movimento, então pode ser encontrada em tudo o que fazemos. Não apenas no suave funcionamento dos nossos corpos, mas também em tudo o que nele corre mal.
E as coisas correm mal: os movimentos são interrompidos, as pessoas caem e não são apanhadas a tempo, as frases cessam sem aviso prévio. Jocosamente, os três seguem para construir um jogo intrincado de transições falhadas e rupturas inesperadas, deixando a audiência na incógnita quanto ao que é real ou representado. Onde é que o jogo começa e onde é que acaba?

VOLTAR


© Herman Sorgeloos

ROSAS [B]
Small Hands

dias 15 e 16, sábado e domingo, 22H00,
Teatro Camões
duração: 1H00

Duas bailarinas numa área oval, rodeadas pelo público. A música é de Purcell. Anne Teresa De Keersmaeker regressa a um trabalho mais intimista depois de produções de grande dimensão como In Real Time and Rain. Dança mais uma vez juntamente com Cynthia Loemij, uma 'companheira de viagem' desde há mais de dez anos. Na busca da essência, de fazer mais com menos. Na procura de um novo vocabulário para a dança.

VOLTAR


© Patrícia Pinto

SÓNIA BAPTISTA [P]
Haikus
de dia 15 a dia 17,
de sábado a segunda-feira,
20h00,
A Capital
-
Teatro Paulo Claro

Co-produção: Danças
na Cidade 2002
duração: 45 min

Nos últimos 2 anos, Sónia Baptista tem criado e apresentado haikus em várias ocasiões. Os haikus que interpreta são primos dos originais escritos: muito curtos e concisos, com o objectivo de criar uma só imagem que reverbere para além daquilo que os olhos alcançam. Pelos seis que foram criados até agora, Sónia Baptista recebeu o Prémio Ribeiro da Fonte atribuído pelo Ministério da Cultura. Mas antes disso já o festival lhe tinha proposto que criasse um programa especial de haikus que incluísse o melhor dos haikus já existentes e ainda uma série de novos outros.

VOLTAR

© Bruno Beltrão e Thiago Horta

GRUPO DE RUA
DE NITERÓI
[BRA]
Eu e o meu Coreógrafo
no 63 [+] Do popping
ao pop ou vice-versa

de dia 15 a dia 17,
de sábado a segunda-feira,
22H00,
A Capital - Teatro Paulo Claro

duração: 40 min
Frente às famosas praias do Rio de Janeiro, do outro lado da Baía de Guanabara, encontra-se o subúrbio de Niterói. Era ali, numa discoteca vazia, que o jovem Bruno Beltrão e alguns amigos se encontravam, tal como tantos jovens em todo o mundo, para dançar breakdance. Fundaram um grupo, ganharam alguns prémios e receberam convites para apresentarem espectáculos. Foi então que Bruno iniciou os seus estudos na Faculdade de Dança e descobriu a dança contemporânea e a teoria da dança. Foi um ponto de viragem. Começou a pensar e a escrever sobre dança de rua e em como libertá-la da rotina e do mero virtuosismo. No seu trabalho, Bruno misturou improvisações de breakdance com conceitos de dança contemporânea. O resultado é uma reinvenção de ambos.

VOLTAR

© Rafael Alvarez

RAFAEL ALVAREZ
[P]
Match Nulo
dias 17 e 18,
segunda e terça-feira,
20H00,
CCB- Sala de Ensaio

Co-produção: Danças
na Cidade 2002
duração: 45 min

Rafael Alvarez é um daqueles criadores que, lentamente e com determinação inabalável, criam e inventam o seu próprio caminho. Observando o trabalho que tem criado desde 1996, é-se inclinado a chamar-lhe coreógrafo nalgumas vezes, noutras videasta, e ainda artista visual noutros casos. O seu trabalho reúne elementos de performance, instalação e apresentação vídeo e caracteriza-se por um forte sentido de acuidade e economia visual.
No seu projecto Match nulo, Rafael Alvarez explora a passagem do tempo e as transformações que este opera no corpo. No sentido de se preparar para a sua performance, tem dado aulas de dança contemporânea a séniores no Centro de Pedagogia e Animação do Centro Cultural de Belém. "As contribuições dos participantes nestes workshops têm-me ajudado tremendamente", diz Alvarez. "Eles fizeram-me redescobrir o corpo e a dança a partir de uma perspectiva muito mais ampla e apreciar a diversidade inerente do corpo contemporâneo.
"

VOLTAR


© Chris Nash

AKRAM KHAN [GB]
Loose in Flight [+]
Rush
[+]
Related Rocks

dias 17 e 18,
segunda e terça-feira,
22H00,
CCB - Peq. Auditório

duração: 1h 25min


Kaash
dia 26, quarta-feira,
22H00,
Culturgest

duração: 1H00
Akram Khan é considerado a mais recente revelação da dança contemporânea na Grã-Bretanha. Nascido em Londres, filho de pais bangoleses, apareceu, era ainda um jovem, na Mahabharata de Peter Brook. Mas a dança era a sua verdadeira vocação, pelo que continuou a estudar quer dança clássica indiana Kathak, quer dança contemporânea. Cedo começou a fundir estas duas tão diferentes tradições numa só, trazendo uma empolgante expressão contemporânea à precisão, velocidade e vocabulário gestual do Kathak. Ao fazer tal, conseguiu criar uma linguagem de movimento muito pessoal com uma ressonância antiga e universal.
Akram Khan é clássico e moderno, terreno e místico, sensual e masculino, fluido e muscular e incorpora estes opostos dramáticos sem quaisquer tensões.

VOLTAR A LOOSE IN FLIGHT...

VOLTAR A KAASH


MUGIYONO KASIDO
[Indonésia]
Kabar Kabur
[+] Bagaspati

dia 18 e 19,
terça e quarta-feira,
20H00,
Teatro Taborda
duração: 1H00
Com Kabar Kabur (Rumores), o Indonésio Mugiyono Kasido prova que uma figura em movimento, em silêncio total, pode conter engenho e carisma para uma noite inteira. De t-shirt branca e calções de caqui, o homem escuro e magro progride, em câmara lenta, através do palco até uma plataforma levantada. É aqui que qualquer imagem séria e estreitamente entrestecida é esvaziada num gesto único. De uma forma extremamente simples mas eficaz, Mugiyono oscila constantemente entre o escárnio e a sobriedade para falar sobre a sociedade Indonésia e o comportamento humano em geral.
Bagaspati significa 'da alma do sol' e representa uma parte completamente diferente do trabalho de Mugyiono. Em vez do gracejador, surge o místico, o artista que tenta contactar o lado espiritual da vida.

VOLTAR


LA RIBOT
[ESP/GB]
Still Distinguished
de dia 18 a dia 20,
de terça a quinta-feira,
22H00
dias 19 e 20,
quarta e quinta-feira,
20H00 e 22H00,
Reitoria da Uni. de Lisboa
- Salão Nobre
duração:1H00
Pela terceira vez, La Ribot está em Lisboa para apresentar o seu projecto Piezas distinguidas. Desde o início que o objectivo do projecto tem sido produzir, ao longo do tempo, cem 'peças distintas'. Em 1995 La Ribot apresentou, no Centro Cultural de Belém, as primeiras 13 peças sob o título genérico Piezas Distinguidas. Mas Distinguidas foi apresentado, imediatamente após a sua estreia em Madrid, no Danças na Cidade 97. Segue-se agora a série mais recente, Still distinguished, somando um total de 34.
Em Still distinguished, La Ribot desviou o seu trabalho para fora do palco e, assim, alterou radicalmente a experiência do espaço e do tempo e a relação do público com ela própria. O seu próprio corpo já não é a tela na qual ela pinta o seu trabalho, como costumava dizer, é sim a obra de arte propriamente dita. Em oito apresentações separadas, ela prepara o seu próprio corpo como uma instalação visual, enquanto o público se aglomera em seu redor. Vemos que a instalação ganha forma, existe por um momento e depois se desintegra, outra vez. Cada uma compõe-se de imagens visuais extremamente fortes e afirmações afiadas como facas sobre o corpo humano (feminino) e os seus múltiplos sentidos e valores na sociedade ocidental.

VOLTAR


RARY
[Madagáscar] Mpirahalahy Mianala
dias 19 e 20,
quarta e quinta-feira, 22H00,
Teatro Trindade
duração: 50min

Dihy Tsy Amin Aponga
dias 21 e 22,
sexta-feira e sábado,
20H00,
Teatro Taborda

duração: 25min

Os espectáculos de Rary assentam nas danças tradicionais de Madagáscar. Nascidas do encontro entre as culturas africana e oriental, parecem transmitir, ao mesmo tempo, vigor e graça, energia e concentração. Com as suas raízes firmemente implantadas na tradição, mas decididamente a abrir caminho na vida contemporânea, constituem uma afirmação de rara beleza e confiança. Entre a herança e a contemporaneidade há espaço para a criatividade e, com o seu trabalho, Ariry prova que a preservação do património histórico pode ser transformado em arte viva.

VOLTAR



DAVIS FREEMAN/
/ RANDOM SCREAM

[USA/B]
Too shy to stare
de dia 20 a dia 22
e dias 24 e 25,
de quinta-feira a sábado
e segunda e terça-feira,
18H00 e 22H00,
A Capital
- Teatro Paulo Claro
duração: 2H00
L
otação limitada
a 10 pessoas por sessão


Sete performers/músicos actuam para uma audiência composta por 10 pessoas. Cada espectador segue o seu próprio caminho através das várias salas em que decorre a performance. É uma cruzada emocional que nos confronta com as representações que fazemos de nós próprios.

Cada espectador tem que tirar uma fotografia ANTES do espectáculo. Para o efeito, serão organizadas sessões fotográficas a partir do dia 17 de Junho. Deverá contactar o telefone 91.873 06 79, com uma antecedência mínima de 48 horas antes do espectáculo para o qual comprou bilhete, de forma a marcar uma data e hora para ser fotografado. A não marcação desta sessão significa cancelamento automático do bilhete.

VOLTAR A ESPECTÁCULOS


VOLTAR A BILHETEIRAS


© José Pelicano

TERESA PRIMA
& JOÃO GALANTE
[P]
Nova Babylónia
de dia 20 a 22
e de dia 27 a 29,
quinta-feira a sábado,
22H00,
Fundição de Oeiras
- Espaço Refrige

Co-produção: Danças
na Cidade 2002
duração: 1H00

Em 1998, Teresa Prima & João Galante apresentaram a peça Babylónia no parque de estacionamento do Centro Cultural de Belém. Embora fosse um dos sucessos do festival Mergulho no Futuro (Expo 98), foi a sua última colaboração artística até ao momento. Agora, reuniram esforços outra vez para criar Nova Babylónia.
Nova Babylónia começa onde a outra peça acabou: com a promessa de um outro mundo para além do declínio pós-apocalíptico de Babylónia. Foi a Mariana, na altura com cinco anos de idade, quem dançou essa promessa.
Como imaginar esse outro espaço? Prima & Galante recolheram inspiração da ideia de 'não-lugares' como definida por Augé em 1993. O conceito de 'não-lugares' relaciona-se com a circulação mais do que com a permanência, com o transporte mais do que com a arquitectura. É o espaço do viajante que experiencia o mundo como um espectador. É uma visão do mundo que se adequa à sociedade contemporânea.

VOLTAR

© Eira

FRANCISCO
CAMACHO
[P]
My name is Wilde.
Oscar Wilde

dias 21 e 22,
sexta-feira e sábado,
22H00,
Culturgest
Co-produção: Danças
na Cidade 2002
duração: 1H05

"O projecto parte da reunião de duas figuras. A acção
centra-se em Oscar Wilde, James Bond e respectivos círculos sociais. Do lado
de Wilde temos Lord Alfred Douglas (Bosie) e dois 'Wilde Boys'. Do lado de
Bond temos um vilão e duas 'Bond Girls'. O palco está dividido ao meio em
zonas simétricas ligadas por um mordomo/mestre-de-cerimónias.
Ambas as figuras são modelos de encenação e codificação de protocolos de
comportamento masculino. São estereótipos que numa primeira análise se opõem de modo simétrico. Wilde tem conotações de ambiguidade de género, subtileza de gestos e decadentismo moral. Bond tem conotações de exacerbamento da masculinidade, eficácia performativa e heroísmo moral. Mas uma análise mais sofisticada permite especular sobre a possibilidade de coincidências entre as duas figuras e de inversão das conotações.
Neste trabalho, Wilde e Bond são despertados do seu sono de estereótipos e
regressam como fantasmas que se confrontam com uma situação em que não sabem se são carne, robots ou manequins, pessoas ou personagens, realidade ou imaginação. São estereótipos desprogramados por uma encenação libertina que lhes abre as portas para novos encontros num mundo em que todas as ficções são possíveis."

Alexandre Melo

VOLTAR



RAIZ DI POLON -
BETY FERNANDES
e ROSY TIMAS
[CV]
Duas sem três
dias 22, 24 e 25, sábado,
segunda e terça-feira,
20H00,
CCB - Sala de Ensaio
Co-produção: Danças
na Cidade 2002
duração: 30min

A mulher tem um lugar especial na cultura caboverdiana. Num país de emigrantes, são as mulheres que mantém as tradições e asseguram a sobrevivência e a continuação. O batuque é um exemplo impressionante da força da contribuição da mulher africana à cultura do seu continente. Deste contexto surgiu a ideia de transformar o imaginário feminino num dueto feito pelas bailarinas da companhia Raiz di Polon. O canto e a utilização do corpo como instrumento musical são também constantes na cultura cabo-verdiana, permitindo o desmultiplicar da linguagem corporal, dos ritmos e sonoridades.
Inspiradas no texto "Duas sem três", de Mário Lúcio Sousa, as bailarinas criam o seu próprio universo em palco. Durante o processo de criação em Cabo Verde a coreógrafa portuguesa Margarida Mestre orientou o trabalho desenvolvido à volta da relação corpo-voz.

VOLTAR


© B de Coninck & B. Verbergt

VERA MANTERO & CONVIDADOS [P]
nova criação 2002
dias 22, 24 e 25, sábado, segunda e terça-feira, 22H00,
CCB - Pequeno Auditório
Co-produção: Danças na Cidade 2002
duração 1H30min

eu persigo uma coisa de facto, uma coisa específica.
infelizmente é coisa tão imbricada que às vezes a perco de vista.
posso pelo menos dizer, no entanto, que tenho uma sensibilidade que muitas vezes funciona à minha revelia; dir-se-ia que se distingue por uma noção nítida do trágico, ou do nada, ou da urgência, ou da sensação intensa, da necessidade intensa.
também vislumbro essa tal coisa quando oiço, por exemplo, o que se passa no canto e na poesia e na arte do Caetano Veloso; oiço ali algo que está muito perto do trágico e da generosidade, da dor e do amor, da morte e da possibilidade. sinto-me perto dele e da maneira como ele sente: fisicamente, ritmicamente, poeticamente, tragicamente, felicidamente.
aquela vontade de felicidade, aquela compreensão da felicidade.
tudo isto tudo junto. compreensão da visão.

Vera Mantero

VOLTAR


© Miguel Pereira

MIGUEL PEREIRA [P]
nova criação 2002
de dia 24 a 27, de segunda
a quinta-feira, 20H00,
Teatro A Comuna
Co-produção: Danças
na Cidade 2002
duração: 1H00

O primeiro passo importante de Miguel Pereira como coreógrafo foi dado apenas no ano passado, com a criação da peça Antonio Miguel. Um dueto despretensioso, dançado em conjunto com o bailarino italiano António Tagliarini. António Miguel alcançou sucesso ao combinar uma boa dose de humor e até mesmo de comédia de palhaços com ideias e conceitos transparentes. "A peça tinha muito a ver com o meu papel como público de dança", diz Miguel Pereira numa entrevista com Maria José Fazenda e Lucinda Canelas. "Apesar de a taxa de produção ser elevada, poucas são os espectáculos que conseguem transmitir uma ideia clara. Eu queria dizer que a imagem é a última coisa com que nos devemos preocupar, que não é nada mais do que papel de embrulho. O que importa é a ideia. Partindo de uma ideia pode-se começar à procura de uma forma, e não o contrário."

VOLTAR



CULTURARTE
& DANÇAS
NA CIDADE

[Moçambique]

Alma txina
dias 25 e 26, terça
e quarta-feira, 22H00,
Teatro da Trindade
Produção: Danças
na Cidade 2002
duração: 2H00

Na Primavera de 2002, Danças na Cidade e o centro de artes Moçambicano, Culturarte, organizaram o projecto internacional de dança alma txina, em colaboração com a rede Europeia Départs e o festival Belga Africalia. O projecto conjugou actividades de formação para toda a comunidade da dança e a criação de cinco coreografias curtas (reunidas num só espectáculo) com um grupo de bailarinos seleccionados.
Cinco coreógrafos, todos eles ex-estudantes ou professores da escola de dança P.A.R.T.S., colaboraram neste projecto e residiram cerca de dois meses na capital Moçambicana: Thomas Hauert (Suíça), Isabelle Dekeyser (Bélgica), Arco Renz (Alemanha), Riina Saastamoinen (Finlândia) e George Khumalo (África do Sul). Começaram por orientar workshops com duração de duas semanas para a comunidade da dança local e continuaram na criação, cada um deles, de uma curta coreografia envolvendo 2 ou 3 dos alunos de cada um destes workshops.

VOLTAR


© Amaia Urra Mailversie

CARLOS PEZ [ESP]
ECB
dias 27 e 28, quinta
e sexta-feira, 20H00,
CCB - Sala de Ensaio
duração: 25min

Quando Carlos Pez entra no palco, o que nos prende o olhar é a sua pele. Pintada com manchas irregulares, grandes e escuras, parece, à primeira vista, uma cobertura de equimoses de um corpo sob o ataque de um vírus mortal. Mas através da mesma imagem também emerge a associação mais agradável a uma vaca ou mesmo ao famoso traje usado por Nijinski no seu lendário L'après-midi d'un faune.
O solo ECB investiga as múltiplas funções da pele como contentor do nosso corpo, um orgão por direito e um veículo de comunicação, e desvela a inevitabilidade e as interconexões de cada um destes papeis.

VOLTAR


© Marc Coudrais

INZALO
[SA]
Same but different
[+] Cornered
dias 27 e 28, quinta
e sexta-feira, 22H00,
CCB - Pequeno Auditório

duração: 60min

"Em primeiro lugar e acima de tudo, estou interessado nos idiomas africanos", afirma o coreógrafo Sello Pesa, "em expressar todos os aspectos da experiência de viver na África do Sul. Estórias, as transformações que vão ocorrendo, a juventude, o passado e o futuro do meu país. Quero explorar tudo isto através da dança".

Não são as diferenças na nossa rotina diária que determinam se vivemos ou apenas sobrevivemos? No trio de 25 minutos Same but different (O mesmo, mas diferente), Sello Pesa e os seus dois bailarinos, Moektsi Koena e Mandla Bebeza, exploram estas questões.
Cornered é um solo de 17 minutos, também coreografado por Sello Pesa e dançado pela coreógrafa Valerie Berger, da Ilha da Reunião. Nesta peça minimal, que às vezes avança apenas pelo mais leve dos movimentos, Pesa e Berger confrontam-se com problemas.

VOLTAR


© Alexander Protich

TÂNIA CARVALHO
[P]
Um privilégio característico
de dia 28 a dia 30,
de sexta-feira a domingo,
20H00,
Teatro Taborda
Co-produção: Danças
na Cidade 2002
duração 1H00

A Amélia é uma personagem que existe no meu imaginário há já alguns anos. Começou por surgir nos tempos em que iniciei as minhas aulas de dança, aos cinco anos de idade, e em que sonhava em casa com grandes bailados em lindos vestidos, para enormes públicos.
Assim como eu, essa personagem foi crescendo, amadurecendo, e os seus sonhos também. Anos mais tarde comecei a desenhá-la e a criar histórias paralelas com ela, que não tinham nada que ver com a minha, mas com a minha capacidade de observar o mundo e a sociedade da qual faço parte. No entanto, não deixo de me sentir como ela (ou como a imagino) sempre que a invento. E é assim que essa personagem existe, na minha mais intima imaginação.

Tânia Carvalho

VOLTAR


© Chris Van der Burght

MEG STUART

[USA/B/CH]

Alibi

de dia 28 a dia 30,
de sexta-feira a domingo,
22H00,
CCB - Grande Auditório
duração: 2H00

Após o projecto Highway 101, Meg Stuart e a sua companhia Damaged Goods começaram uma residência no Schauspielhaus Zurich, para a criação de ALIBI. O elenco, que inclui tanto actores como bailarinos, trabalha conjuntamente com a cenógrafa Anna Viebrock (Schauspielhaus Zürich), o artista de vídeo Chris Kondek (Wooster Group, Robert Wilson), o compositor Paul Lemp e o escritor/realizador Tim Etchells (Forced Entertainment), que fornece o material de texto.
Meg Stuart cria um ambiente teatral no qual são confrontadas uma presença física e uma presença virtual. Em ALIBI, o desejo pelo real choca com a realidade que se tornou espectáculo.





VOLTAR


© Marc Leys

THOMAS HAUERT

[CH/B]

Verosimile

dia 29, sábado, 22H00,
Culturgest
duração: 1H10

A mais recente peça de Thomas Hauert, Verosimile, está construída sobre as experiências adquiridas no seu solo Do you believe in gravity? Do you trust the pilot? A voz é ouvida, mais uma vez, neste projecto de grupo - "queríamos escrever as nossas próprias canções" - mas o ponto de partida essencial é a única grande contradição que domina o teatro: o que está entre o Real e o Simulado, entre o verdadeiro e o não verdadeiro. A beleza de um trabalho artístico está, em parte, no gozo da mentira que vemos nele. Não em manter qualquer pretensão sobre a realidade. "A mentira, o contar de coisas bonitas, mas falsas, é o verdadeiro propósito da arte", assim escreveu Oscar Wilde.

Desta vez, Hauert também trabalhou com elementos e personagens teatrais. Quando é que alguém se torna um personagem? Quando movimenta os braços de uma certa forma, diferente da dos outros? Em que altura é que a sua postura reflecte um personagem? Como é que alguém se transforma a si próprio - visivelmente, para o público - através de movimentos? Quando fala linhas de texto, passa a aproximar-se automaticamente de um personagem? Será que o movimento tem também os seus direitos?

VOLTAR


© Catherine Alves

PARTS
[B]
parts@capital
dias 29 e 30,
sábado e domingo,
20H00 e 22H00,
A Capital
duração: 1H45

Em Junho de 2002, um novo grupo de bailarinos e coreógrafos acabarão os seus estudos na PARTS. É a quarta geração de alunos que o fazem.
Tem-se tornado uma tradição para os alunos da PARTS terminarem os seus estudos com uma série de performances em Bruxelas e noutras cidades Europeias. Danças na Cidade lançou um desafio muito específico aos estudantes: por um período de seis dias, o edifício da Capital é seu, para que o usem a seu bel-prazer. Nos dois últimos dias, exibirão o seu trabalho numa espécie de percurso para o público com pequenas performances e intervenções que se estende por todo o edifício.

VOLTAR